Tortura e Assassinato Configuram um método aceitável de ação Politica?

Tortura e assassinato configuram um método aceitável de ação política?
Por Emilio de Lima 03/08/2009 às 19:20


Seria humorístico, se não fôsse trágico: supostamente para garantir a ordem constitucional os golpistas fazem "picadinho" da carta magna hondureña.

Tortura e assassinato configuram um método aceitável de ação política?

Afastado o presidente Mel Zelaya, submerge a pequena Honduras em uma noite de tortura e assassinatos.

O presidente eleito e (obviamente) constitucional do pequeno país centro-americano é acusado pelos usurpadores de haver atropelado a constituição.

Seria humorístico, se não fôsse trágico: supostamente para garantir a ordem constitucional os golpistas fazem "picadinho" da carta magna hondureña.

Governos, OEA, ONU, todos se manifestam em repúdio e ninguém faz rigorosamente nada de concreto para restituir Mel Zelaya a seu legítimo lugar que é a presidência daquela nação.

A Casa Branca, através de Hillary Clinton, desenvolve um daqueles espetáculos midiáticos primorosos em ambigüidade, para principiantes, a que todos lamentavelmente estamos tão acostumados.

Hillary, na verdade, se passasse o verão pegando praia no Brasil, ficaria muito parecida, porém muito parecida mesmo com sua antecessora. E não quero me referir apenas à côr de sua pele porém às atitudes que já temos podido observar de parte da secretária de estado, nada tranqüilizadoras, muitas delas.

O mundo está cansado desta postura norte-americana de polícia do planeta Terra. O mundo está cansado desta aparente síndrome da intervenção permanente, que só não funciona justamente quando deveria.

É evidente que os EUA poderiam simplesmente determinar aos golpistas que se recolhessem à sua insignificância e restituissem Zelaya à presidência.

Entretanto, são os EUA, afinal, um império ou uma democracia? Barack Obama controla o Pentágono e as mal-afamadas "agências"?

Os EUA vão insistir até ás últimas conseqüências neste tipo de política externa que escreveu com sangue e ditaduras retrógradas e sangrentas a maior parte das páginas do século XX, na América latina e no mundo?

Vão tentar driblar o monótono e repetitivo destino de todos os impérios, vaticinado pela ciência da história, desde sempre e para sempre?

Ou conseguirá a cidadania norte-americana recuperar o controle sobre sua fabulosa nação e passar a carrear os abundantes recursos administrados pelo estado nacional norte-americano em benefício da grande maioria da população, hoje enfrentando dificuldades relacionadas à indisponibilidade de empregos?

É sabido que a velha fórmula nazista de aquecer a economia através do exercício da guerra é financeiramente cara, socialmente desastrosa e só beneficia aos proprietários da indústria de armamentos.

Da mesma forma, o sistema bancário controlado pela mesma turminha de sempre já deu repetidas mostras de que utiliza muito mal os recursos da sociedade e é incapaz de auto regular-se, pendendo sempre e repetidamente para o estelionato e o desastre.

George W. Bush trabalhou com força pelo fortalecimento do império. Seus métodos e obras foram inequívocos e eloqüêntes. Barack Obama é o líder da reconstrução da democracia americana? Quer sê-lo? Vai tentar? Está tentando?

Ou será que Barack sabia muito bem em que encrenca estava se metendo e não tinha nenhum plano para neutralizá-la?

Deixo estas angustiantes reflexões para você, cidadão dos EUA, na perspectiva de avançar um passo mais na construção de uma política de solidariedade entre os povos da América e do mundo que restabeleça o primado da lei, do direito, das constituições nacionais e da soberania dos povos e de seus respectivos estados nacionais.

Não será fácil esta caminhada, porém a alternativa é a treva que se abate sobre Honduras e que traz novamente o frio para nossos corações.

Nosso pedido a você é no sentido de que pressione tudo que saiba e possa no sentido do retorno do presidente Zelaya a suas funções constitucionais. O precedente não pode vingar. As Américas não podem mergulhar de novo na noite das ditaduras.

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Enviado Por Emilio Lima - Midia Livre e independente