quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O Medo da História

O medo da história - ZÉ Dirceu
http://www.zedirceu.com.br//index.php?option=com_content&task=blogcategory&id=1&Itemid=2
Publicado em 12-Jan-2010

-->Em Honduras, no Chile, no Brasil...

Salvador Allende e Hortensia BussiEm Honduras, no Chile, no Brasil... Lá como aqui os golpistas têm medo do julgamento da história e do direito internacional, das cortes criminais como a de Haia, reconhecida pelo nosso país, mas que os Estados Unidos, por exemplo, não reconhecem, ao contrário de toda a comunidade mundial. No Brasil, uma grande polêmica e resistência ao Plano Nacional de Direitos Humanos e à criação de uma Comissão da Verdade e Justiça. No Chile, a inauguração do Museu da Memória - como o chamou a presidenta Michelle Bachelet, ou Museu da Ditadura, como o chamam os chilenos sobre as lembranças dos sangrentos anos do general Augusto Pinochet - gera um fato político. A uma semana do 2º turno da eleição presidencial chilena, o candidato da direita, Sebastián Piñera se queixa que nessa reta final a lembrança na campanha dos crimes da ditadura o prejudica. Ele cai nas pesquisas e o candidato da situação (Concertacion), Eduardo Frei Filho, reduz a diferença nas pesquisas e pode ganhar domingo. No continente latinoamericano, o de sempreEm Honduras, os militares e civis, a elite conservadora que domina e controla a vida econômica e política do país, ligada aos republicanos americanos, faz de tudo para legalizar o golpe. Querem convencer o presidente que depuseram, Manuel Zelaya, a aceitar um acordo que o anistia, mas estende o mesmo benefício aos golpistas. Zelaya se mantém firme na recusa.A última tentativa é a denúncia do Ministério Público (MP) de lá contra os golpistas pela expulsão de Zelaya do país. A Constituição hondurenha proíbe a expatriação, aceita pela Suprema Corte, que alinha entre seus argumentos a aceitação do golpe como legal.Para tanto, recorre à famosa tese do contragolpe tão ao gosto de nossa direita nos anos 50 e 60, até que conseguiu dar aqui o de 64, exatamente acusando o presidente João Goulart - Jango - de estar preparando um golpe sindicalista-comunista. Naquele ano aqui; no Chile em 1973, com a deposição e morte do presidente Salvador Allende; em Honduras agora, o de sempre: tudo para justificar e legitimar o crime de violar pelas armas a Constituição e a democracia.

Foto: Acervo Fundação Salvador Allende

Nenhum comentário:

Postar um comentário