EUA - Interessante entrevista do programa Milênio aborda dúvidas e novos posicionamentos de tecnólogos do movimento neoconservador. -seg, 05/10/2009 -
por Equipe Milênio -
Além do “Fim da História”
Entrevista com Yoshihiro Francis Fukuyama - o principal formulador da Doutrina Reagan
O Milênio foi a Washington conversar com um dos intelectuais mais comentados das últimas duas décadas.
Conheça por que o cientista político e diretor do diálogo interamericano, Francis Fukuyama, uma das principais vozes do movimentoneoconservador, mudou de ideia e deu uma grande guinada política.
Assista o vídeo:
Link: http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1136681-7823-CONHECA+O+PRINCIPAL+FORMULADOR+DA+DOUTRINA+REAGAN,00.html
Yoshihiro Francis Fukuyama foi um dos homens-chave da tropa de choque neoconservadora que cunhou a Doutrina Reagan nos EUA dos anos 80.
Mas Fukuyama ficou mais conhecido quando lançou o livro “O Fim da História e o Último Homem”, em 1992, e decretou oficialmente a morte do Comunismo e a vitória da Democracia Neoliberal. Foi louvado e execrado na mesma medida.
O correspondente Lucas Mendes foi atrás do Fukuyama que existe além da polêmica do “Fim da História”, e conversou com o intelectual, formulador político e professor da Johns Hopkins University sobre uma pauta bem variada de assuntos: de sua surpreendente mudança de orientação política e as duras críticas ao governo Bush até a dificuldade da comunidade internacional em lidar com o caos político e social na Somália
De: http://especiais.globonews.globo.com/milenio/
URL: http://especiais.globonews.globo.com/milenio/2009/10/05/alem-do-fim-da-historia/
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17/09/09 - 06h03 - Atualizado em 17/09/09 - 06h00
Lucas Mendes: Neo-Obama e o fim da História
Colunista fala sobre a grande virada do cientista político Francis Fukuyama e sua análise sobre o Brasil.
Da BBC
A primeira vez que Francis Fukuyama entrou na sala do secretário de Estado Americano ele tinha 29 anos. Ficou mais fascinado com a mobília do que com o político.
Toda americana do século 18. Nunca teria dinheiro para comprar móveis originais e decidiu ser diplomata-marceneiro. Um homem obstinado.
Hoje quase toda a sua casa é decorada com móveis feitos por ele a mão, mas a mulher e os filhos reclamaram tanto do barulho e da serragem que ele vendeu todas as suas ferramentas.
Na época, Fukuyama era membro do staff de planejamento da política externa do departamento de Estado, mas sua grande façanha foi formular a doutrina Reagan que, segundo os conservadores, derrubou o muro de Berlim, acabou com a Guerra Fria e extinguiu o comunismo em quase todo mundo em menos de dez anos. Levou menos tempo para redecorar a geopolítica mundial do que levou para redecorar a casa.
Fukuyama não foi o fundador do movimento "neocon", mas foi uma de suas vozes mais articuladas, originais e influentes. Como cientista político, ele ficou conhecido no mundo com a publicação de The End of History and The Last Man, em 1992, onde explica porque a democracia liberal venceu o comunismo.
Era um conservador com "C" maiúsculo e em 1997, membro ativo do Project for the New American Century. Foi um dos assinantes de uma carta ao presidente Clinton recomendando que apoiasse os insurgentes que pediam a queda de Saddam Hussein. Depois dos ataques terroristas do 11 de setembro, assinou outra carta dirigida a George W. Bush pedindo a captura ou a morte de Bin Laden e apoio militar/financeiro para derrubar Saddam Hussein, "mesmo se as provas não o implicarem no ataque às torres".
"Neocon" não mais. Durante uma entrevista para o programa Milênio na sala dele, na The Paul H. Nitze School of Advanced International Studies, ele me contou que mudou de ideia e abandonou Bush pelas extravagâncias militares no Iraque, pelo esbanjamento econômico e pela falta de controle da Wall Street nos seus oito anos de Casa Branca.
"Os republicanos de hoje só tem duas ideias para governar: reduzir impostos e diminuir o governo. Reduzir governo nem sempre é a melhor solução. As reduções de impostos criaram este enorme déficit e a falta de controle de Wall Street permitiram o delírio financeiro que gerou esta grande recessão".
Na última eleição, o pai da doutrina Reagan e campeão dos "neocons" votou em Obama.
O universo acadêmico e cultural de Fukuyama é vasto. Já publicou vários livros, inclusive um científico - Our Posthuman Future - sobre consequências da revolução na biotecnologia.
Foi analista da Rand Corporation, esta da direção de vários centros de estudos influentes, entre eles o Inter-American Dialogue, e seu livro mais recente, de 2008, compara nossa pobreza com a riqueza americana.
Falling Behind: Explaining the Development Gap Between Latin America and the United States onde explica porque a América do Sul, tão mais rica do que a do Norte, em pouco mais de cem anos ficou muito mais pobre.
Em resumo, a culpa é da nossa instabilidade política, uma herança dos nossos colonizadores. Enquanto os Estados Unidos tiveram dois terremotos políticos internos - a Guerra de Independência e a Guerra Civil - os países da América Latina passaram por dezenas de estremecimentos.
Como Espanha e Portugal, viviam em transições. O Brasil, com apenas dois governos FHC e Lula - se chegar ao final - é uma das poucas exceções no continente latino-americano. Um exemplo de estabilidade. E vai bem.
E como a China politicamente comunista se enquadra nesta vitória da democracia liberal e no fim da História?
"Eu acho que o modelo chinês não vai alcançar a curto prazo o nível de desenvolvimento dos Estados Unidos e da Europa. Será preciso sacrificar várias gerações."
A história ainda não chegou no final.
http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,lucas-mendes-neo-obama-e-o-fim-da-historia,436389,0.htm
Enviado por Marcio Meirelles - Agencia "MVM==News"
Este artigo do Estadão está servindo para preparar as mentes incautas sobre uma pseudo-transformação conservadora que deverá fazer vento daqui ha pouco. Mas para ser mais preciso, servirá para dar alguma base à oposição nessas eleições de 2010. Se preparem.
ResponderExcluirAcredita nesse Fukuyama quem quiser.
Marcos Rebello
Sabemos que a democracia ainda está longe de ser alcançada, no entanto pode ter certeza que o Presidente Zelaya voltará a presidência bem próximo das eleições com a condição de nunca mais voltar ao poder. O Brasil fez bem abrir a embaixada para o presidente Zelaya, no entanto a pressão da OEA tem que ser maior, e com certeza quem pagará por isso mais uma vez será o povo Hondurenho.
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